DIANTE DAS TRAÇAS
DIANTE DAS TRAÇAS
No voo rasante sobre as escarpas,
Eu sou desafio à dor do abismo,
Pois só desejo ter o meu mapa,
Como um filme que é preciso.
Sobre as montanhas e as planícies,
Instando as asas da liberdade,
Sem as entranhas das canalhices,
Serei o voo da minha verdade.
Graças a Deus eu tive escola,
E logo abracei aos bons filósofos,
Mas não dou adeus a tudo lá fora,
Se tudo o que fui eu dei até logo.
E assim é o mundo, diante das traças,
Que rasgam o tecido exposto na loja,
Sem solo fecundo e com luz na praça,
Que faz conhecido o que nos enoja.
Mas temos costumes e nada importa,
Se nos desconstroem o imaginário,
Pois sem vagalumes eu fecho a porta,
Com o medo que rói até meu denário.
Eu pensei então, sobre o meu viver,
Desde o instante em que vomitei Lucy,
Por onde esgueirei para sobreviver,
Como o viajante que tanto se ilude.
Serei mesmo assim, tão miserável,
Se tenho algozes cercando o caminho,
Ao ver existir um humano execrável,
Que vive plantando apenas espinho.
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 18/02/2021