CONVERSAS DE ESQUINA
CONVERSAS DE ESQUINA
O povo desloca a todo momento,
Pessoas sussurram em suas procuras,
Senão as escutas serão de tormento,
No eco dos urros de suas loucuras.
O mundo não para no Cosmo eterno,
Porque tudo gira ou vive a pulsar,
E o fundo de tudo é como o caderno,
Que guarda as tintas do palavrear.
Fecundo é o mar ou o solo coberto,
Se guarda a luz que está a vagar,
Misturando tudo de modo tão certo,
Nutrindo o que flui para a vida gerar.
E enquanto vagamos pelo Universo,
Vamos tecendo conversas de esquina,
Propondo a si mesmo o multiverso,
Que nos vislumbra além da cortina.
Por isso há clubes e encruzilhadas,
Onde os poetas propõem delírios,
Que são segredos de todas jornadas,
Tendo a trincheira coberta de lírios.
Por isso os canhões que ficam comigo,
Somente expelem o cheiro das flores,
Se todo ancestral que trago no umbigo,
Me salva e cura de todas as dores.
Mas dores nas dobras o solo só diz,
Se racha o chão que no cone expele,
Odor de enxofre e não flor-de-lis,
Que cobre Pompéia no manto que fere.
Então, foi assim que o meu gozo final,
Gastou muita prosa em toda esquina,
Porque na viela não tem nem jornal,
Ou banca e avião pra cair lá de cima.
E dessa maneira calaram o tenor,
Com cada barítono inflando pulmões,
Diante da lava perdendo o pudor,
Ou até morrendo por suas canções.
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 07/02/2021