LUZ NA PRAÇA
LUZ NA PRAÇA
Ergui minha urbe além da visão,
Até quando busquei caminhar,
Desde que eu saí de Plutão,
E não quis ir viver no quasar.
Pois estive em uma viagem,
Que me cobra achar meu lugar,
E que pode ser nessas paragens,
Em que possa viver e sonhar.
Foi assim que achei um reduto,
E criei um jardim numa praça,
Para ter minha rosa de adulto,
Com o adubo da minha pirraça.
Mas eu teimo em sair no escuro,
Na certeza de ter luz na praça,
E não ver lixo em cada entulho,
Sob as folhas mortas por traça.
Que de graça não trazem aves,
Pois precisam de grãos maduros,
Que se abrem no calor dos ares,
E escorrem no antigo aqueduto.
Só então bebo minha própria seiva,
Se declamo os poemas tão meus,
Logo cedo ou na noite que beija,
Na certeza do amor dos romeus.
Até quando as nuvens perdurem,
Dando sombras ao véu do luar,
E meus sonhos logo se embrulhem,
Nas névoas que ouso adentrar.
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 02/02/2021