ECOS NAS CONCHAS
ECOS NAS CONCHAS
Espasmos de amor,
Solapam as dores,
Igual às abelhas,
Com pólen das flores.
Suspiros e odor,
Declaram os pudores,
Fremir de pavor,
Depõe os temores.
As escaras em flor,
Sangram sem favores,
Enquanto um clamor,
Louva os horrores.
Essa é a triste história,
Daqueles que enterram,
Que faz ser escória,
Os que nos governam.
Por tanta ganância,
Luxúria e flagelos,
Tudo é redundância,
Na astúcia dos medos.
Pois o ser humano,
Não sabe o que é tempo,
E vive os seus anos,
Tão sujeitos ao vento.
Mas tudo é o eterno,
Onde não há ser vivo,
E se nada é moderno,
Tudo é só relativo.
E nada mesmo é antigo,
Ou talvez é antiquíssimo,
Se o tempo é um suspiro,
Que se liga no istmo.
Assim flui nosso dia,
De passado ou futuro,
Em presente euforia,
Ajustada no escuro.
Quando vê foi-se o nada,
Mesmo quando esconjuro,
Pois não há ouro e prata,
Que nos pague o perjúrio.
Então sobra minha fala,
Como o eco nas conchas,
Que um berrante não cala,
E nem surfa nas pranchas.
🐝⏳🐚
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 21/01/2021