VERÕES DE LUTA E VERSO
VERÕES DE LUTA E VERSO
O verão sempre chega,
E contrasta o que vejo ao sol,
Mas as nuvens molham a mesa,
Com as águas num arrebol.
É assim que esqueço o inverno,
Pois o frio não tem girassol,
Até quando enfrento os infernos,
Com a graça do meu cortisol.
Desse jeito busco a liberdade,
Arbitrando aquilo que faço,
Mesmo quando a reciprocidade,
Seja hospício com grade de aço.
Só não deixo de arar o Cosmo,
E regar as sementes de astros,
Na poesia de luta que gosto,
Celebrada como meu lastro.
Pois nós temos a mesma raiz,
Que o tempo carrega nas luzes,
E aflora na mesma matiz,
A melanina presa nas cruzes.
Mas um dia será noite eterna,
Para quem recrimina minha cor,
Que carrego com mente e perna,
Para andar como anda um condor.
E assim vou voar como estrela,
Com a luz que espalha o amor,
No mistério que nos assemelha,
Versejando com frio e calor.
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 18/01/2021