FLERTES NO VÃO
FLERTES NO VÃO
Flerto com o meu presente,
Que teima fugir no Aqueronte,
E logo me torna um ausente,
De tudo que penso ser fonte.
Então, já me torno semente,
Mesmo se me vejo demente,
No tempo que tudo me esconde.
E agora, como sou reluzente,
Eu me vejo brilhando no monte,
De onde vejo a louca serpente,
Sibilando ante o horizonte,
Só assim percebi o repente,
Que o Sol declamou lá na frente,
Bem antes que alguém me conte.
Mas tudo que faço eu planejo,
Na ilusão de que tudo é razão,
Mesmo quando meu dia é lampejo,
Do que penso ter sido emoção,
É por isso que gosto de queijo,
Fatiado e com vinho do Tejo,
Que celebro com tiras de pão.
Mas um dia terei meu desfecho,
Pois a vida é um ciclo no vão,
E nessa dimensão não há preço,
Que nos compre toda imersão,
E poder ser bem mais que careço,
Em um paço além do endereço,
Onde guardo o meu coração.
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 01/01/2021