OS DIAS QUE VEJO
OS DIAS QUE VEJO
Todos os dias eu vejo um pavio,
Fincado na ogiva que pode rugir,
Mas o destino de cada navio,
Quem sabe é o vento a se sacudir.
O medo perdura se penso explodir,
Se em cada saco não sei o que há,
Por isso eu embarco no vento a fluir,
Pois lá tem um mastro que fere o ar.
Enquanto a perfídia quiser enganar,
Serei como um lobo insano a uivar,
Porque já fui peixe que voa no mar,
A seguir meu barco que teima eivar.
Se tudo que vejo são dor e tormento,
Então me preparo para dias ruins,
Clamando em versos dispersos no tempo,
Buscando o unguento que sirva enfim.
Só assim o que penso será vacinado,
Filtrado no sangue de minha medula,
Lavando os sonhos e todo meu fardo,
Curado durante minha árdua labuta.
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Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 31/12/2020