ORGULHO CARICATO
ORGULHO CARICATO
Faz algum tempo que contei meus dias,
E quase dois anos em Júpiter se vão,
Lavando as tristezas e as alegrias,
Guardadas pulsando no meu coração.
E as águas que guardo da chuva,
Remontam invernos e tantos verões,
Ou mesmo outonos cheios de uva,
Mas na primavera eu sou emoções.
Somente ali vejo brotar as flores,
Que logo reúnem abelhas e mel,
Juntando as aves de todas as cores,
Que logo se espalham a voar pelo céu.
Mas essas relíquias podem acabar,
Se nós não paramos de só destruir,
Queimando florestas e sujando o mar,
De que adianta querer construir?
Enfim, nada posso dizer sem ofensas,
Se hoje em dia o orgulho impera,
E tudo que sei não enche as dispensas,
Pois a ganância é o que reverbera.
São ecos de longe, de modos nefastos,
Quando só haviam disputa e terror,
Somente um monge curtia os pastos,
Falando com bichos; plantando amor.
Assim foi Francisco num santo exemplo,
Que já entendia os mistérios da vida,
Louvando a chuva que chega com o vento,
E logo aduba, alimenta e convida.
Por isso eu louvo meu hoje e antes,
Senão eu seria um cara ingrato,
Pois tudo agora reflete os instantes,
De todo ser vivo, pois sou caricato.
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Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 20/12/2020