RESPEITO AS CRENÇAS
RESPEITO AS CRENÇAS
Tudo achamos diferentes,
Nos semblantes frente ao Sol,
Mas somos indiferentes,
Quando a noite é o lençol.
Nos árvoramos de grandeza,
Sem olharmos pras raízes,
Pois a nossa natureza,
É suporte das vertigens.
Deveríamos ser felinos,
Ou também ser abissal,
Pois sem fótons alcalinos,
Sou mais Terra, sou o sal.
Sei então que meu destino,
Deve um abraço ao ancestral,
Pois é lá que o meu menino,
Vê que em nós tudo é igual.
É assim que um catingueiro,
Anda solto e embrenhado,
Vendo o Sol nascer faceiro,
E no sereno toca o gado.
Mas a cabra é mais artista,
E escala até umbuzeiro,
Ou se planta de alpinista,
No lajedo do cruzeiro.
Lá no alto do rochedo,
Eu encaixei o meu rosário,
Para orar e não ter medo,
Pois nasci no mês de maio.
E no mês da deusa Maya,
Ou lembrando de Maria,
Meu Ogum vence a tocaia,
Sendo um Touro de alegria.
Só assim respeito as crenças,
No que é bom para viver,
Pois descrer é uma doença,
Que espero nunca ter.
E assim macero as folhas,
Que nos banhos vou usar,
Quando faço minha escolha,
Com as graças de Oxalá.
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Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 04/12/2020
Alterado em 04/12/2020