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Prosas de Braga
Vivências e sonhos de um poeta e eterno aprendiz!
Textos
NO MEU DESTEMPERO

NO MEU DESTEMPERO

Todo dia vinte de cada novembro,
Me volto pra terra e a minha raiz,
Mesmo que o dia esteja chovendo,
Meu ventre demonstra a minha matiz.

Será enquanto estiver nessa vida,
No meu destempero de antirracista,
Porque tudo cala perante a ferida,
Pela anestesia de um vice artista.

Surtando ao ser índio, sem reconhecer,
O espelho responde a quem perguntou,
Na farda que faz meu nariz retorcer,
Pois quer o silêncio dos que já matou.

E assim não teremos mais negros aqui,
Pois usaram eugenia pra nos clarear,
Dizendo aos pardos que cubram o ori,
Pois negras cabeças irão massacrar.

É assim nas esquinas, lojas e favelas,
Ou em um buzú que nos leva pra feira,
Quando preta é a cor presa nas celas,
Ou o gato é pardo e a bruxa é rameira.

🔥💥🔥
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 25/11/2020
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