SEMPRE SÓ MÃE
SEMPRE SÓ MÃE
Ó mãe! Até quando terei desamparo?
Pois a Terra não mais é a casa,
Se os pães vão além de ser caros,
E encerra minha fome que abrasa.
Ó mãe, quando será nosso dia?
Em que possa abraçar o seu colo,
Como os cães que se juntam à matilha,
Para então celebrar o meu solo.
Ó minha mãe natureza!
Seja sempre só mãe, nossa mãe!
Não permita que eu seja grandeza,
Pois sou fera que devora Adães.
Até quando o céu e a terra,
Vão deixar eu ser lodo e vampiro,
Que nem dá mais seu uivo na serra,
Mas devora a sí próprio com tiro.
Ó mãe, deixe o meu cadafalso,
Lá exposto pra que todos vejam,
Que meu corpo não é de alabastro,
Pois ainda a maldade lampeja.
Se não sei nada sobre meus passos,
Pois não olho para trás quando vejo,
Há verdade dos pés tão descalços,
No escuro que ainda tropeço.
É assim que preciso de luzes,
Para achar o vértice do meu Céu,
Onde o zênite de todas as cruzes,
Me cubra com o seu chapéu.
🌐🤱☀️🎩