A ROLETA NUM BAR
A ROLETA NUM BAR
Foi sentado num bar,
Que bebi da loucura,
Que me fez adentrar,
Pela noite escura.
Era noite de azar,
Numa sexta impura,
E senti putrefar,
Minha pele madura.
Pois o cheiro no ar,
Demonstrava minha sorte,
Depois de definhar,
Pela estrada da morte.
O que vi no espelho,
Eram trincas e cacos,
Pois não tive conselho,
E joguei com os fracos.
Apostei minha vida,
Por um trago de pinga,
Quando a dor já duvida,
Da morfina e a seringa.
Pois puseram uma bala,
Numa roleta tão russa,
Quando a morte me cala,
Ou do bar me expulsa.
E assim vou sofrendo,
Percorrendo as vielas,
Com o sangue escorrendo,
Sem ao menos ter velas.
E minh'alma agoniza,
Por não ter mais meu corpo,
Que jaz sem a camisa,
Pois me vejo tão morto.
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 18/11/2020