DEVIA E DEVO
DEVIA E DEVO
Devia até o que não sabia,
Nos impulsos do querer,
Devia o couro e a alegria,
Perante a dor do meu gemer.
Devia então dever ao menos,
O coração para enobrecer,
Devendo ver pelos terrenos,
A boa semente a crescer.
Devia sim, mas quero um tempo,
E juntar o ouro no entardecer,
Devido ao veio estar ao vento,
Furando o chão no amanhecer.
Devendo, sei que devo pagar,
O que o orgulho só me fez ser,
Bola da vez que vão a chutar,
Mesmo se o gol não acontecer.
Devia ter consertado o lastro,
Do meu navio que vai navegar,
Tapando furos que há no casco,
Pois só assim poderei chegar.
Mas vou pescar um peixe agora,
Que devo a quem tanto se faz,
E divido sim, antes de ir embora,
Querendo paz, somente paz!
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 18/10/2020