PENSAR COMO O JAGUAR
PENSAR COMO O JAGUAR
Quem passou pela Bahia, subindo ao Nordeste ou escavando o Sul, mais dentro da terra, distante um pouco da brisa do mar, se vê, num repente, diante da gente, revê o lugar. Aonde um jaguar, ou a sussuarana, andou desde antes, a bebericar nas margens de um rio que tanto ensinou, que virou das contas, do tanto que somou, estando ainda a somar.
Ali, juntou rios, e também as estradas, que hoje, asfaltadas, nos levam a sonhar. Nos seus dois mil sóis, em horas passadas, perdura no ano, no vale que há, por onde o pau-ferro e a barriguda, faz do catingueiro, um forte e inteiro, pra tudo o que dá. Se planta, tem sol, tem água, tem solo, minério e empório, para comerciar. Já teve canoas, na época das águas, volumosas e de invernadas, que juntava os sais. E assim foi o passado, de jagunços e mercados, de migrantes e reinados que não voltam mais.
Mas hoje a história nos dá novo livro, cartilha de trilhos que vem pra quem faz. Teremos ferrovia, além das estradas ou dos voos astrais. Pois aqui é entreposto, cocheira dos potros, modernos pardais. Temos Rio-Bahia e agora a Fiol, junto à barragem, de peixes e o melhor, pois vai irrigar a terra e os sonhos, para alimentar meus dias risonhos.
Então, vou pensar como o Jaguar, que vê num lugar, seu reino para andar, saltar, caçar, correr, madrugar e marcar território, mas numa harmonia com tudo do lar. E também vou ver o Sol brilhar, junto com as estrelas, junto com o brilho de quem for minerar. Pois aqui tem ouro, pedras preciosas, terras nobres, granito e mármore, urânio e bauxita, minério de ferro, vanádio e níquel, calcário e cascalho, sendo mais que um baralho, para o futuro que aí já está, juntando até o vento para energizar.
Mas isso tudo depende das nossas escolhas, para não sermos bolhas que vão se pocar. E assim, nós devemos ser pares e não muros, senão só o escuro nos escutará. Saibamos flertar com o bom poder, que soma e potencializa o que podemos ser.
Busquemos pessoas que vejam a política, não mais como emprego, mas sim devoção, de quem quer na vida seu nome nos pódios, num totem que é lógico, pois vem do ancestral, para que o perpétuo caminho que trilhamos, nos sirvam nos anos que ainda virão.
Para isso, queremos políticos estadistas e não mais tiranos ou vis coronéis. E que ouçam o povo e aceitem conselhos, bem mais que a impáfia de se acharem maiorais.
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Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 15/09/2020