A MORTE DA ESCRAVIDÃO
A Morte da Escravidão
Saí da minha infância,
Numa segunda de outubro,
Sendo só uma criança,
Frente ao mundo do futuro.
Segurando minhas flanelas,
Assustado com as poeiras,
E estudando sem dar trelas,
De segunda a sexta-feira.
Mas o trabalho não parava,
Mesmo sendo no domingo,
Pois uma criança era nada,
Frente ao mundo repentino.
E a jornada dessa estrada,
Começou aos oito anos,
Nos quilômetros da jornada,
Que mudaram todos planos.
Planos feitos ou refeitos,
Todo dia entre os sonhos,
Sem saber se é um direito,
Ser tão forte sem ter ganhos.
Só que o hoje é noutra era,
E pescam peixes num aquário,
Quando a fome não espera,
E pede a feira no armário.
Mas só resta um consolo,
Entre a flecha e o alçapão,
Pois a flecha mata um touro,
E a morte finda a escravidão.
Publicada no Facebook em 04/04/2020
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 14/09/2020