A PENEIRA DO AMOR
A PENEIRA DO AMOR
Há vários tipos de peneira,
E assim são todos os filtros,
Pois nem tudo no vento é poeira,
E a vasilha nos diz quantos litros.
Nem todo mato é capoeira,
Pois alguns são brejo de rio,
Mesmo que nem toda beira,
Se alague ou seque no estio.
Hoje vejo a estação trocada,
No inverno que não tem mais cio,
Se um par já não serve de nada,
Pois somente se une no frio.
O amor já foi banalizado,
Sucumbiu aos apelos da mídia,
Construindo castelos no estrado,
Sobre a areia que traz a perfídia.
E a peneira nos mostra que importa,
Tudo o que nós filtramos na vida,
Garantindo o que nos conforta,
Sendo cúmplices da mútua guarida.
Só assim nós veremos o amor,
Se a paixão é um tempo efêmero,
Que só dá combustão ao motor,
Quando amar faz sentir o sereno.
E só nele eu percebo o hálito,
Dos dragões que são sabedoria,
Pois flamejam meu melhor hábito,
Quando o amor é meu norte e guia.
Poeta Braga Costa ©2020
Olimpo ou Tártaro
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 12/09/2020