ALMA EM CARNE E OSSO
ALMA EM CARNE E OSSO
Me imaginei desnudo,
Como nasceu minh'alma,
E como seria o luto,
Na minha eterna jornada.
Então, peguei o escudo,
De uma escola desmoronada,
Enquanto sorvia o suco,
Que me propôs a invernada.
Já era ido o verão,
E escondida a primavera,
Mas o outono de então,
Deixou-me o fruto da espera.
E como um baobá,
Salvando a toda essa era,
Eu vou dizer: Saravá!
Mesmo pra rosa amarela.
Mas também vi o jatobá,
E o meu ipê de flor bela,
Com a esperança no ar,
E a sua nudez diante dela.
Pois é, há tanta lambança,
Na minha vez que só quer,
Ter uma vida de festança,
Com o amor de uma mulher.
Somente assim, vejo ela,
Minha aquarela, meu jardim,
Na prova que a vida é bela,
Se eu me permito assim.
E vou colher flor de novo,
E ver todos querubins,
Pois anjos são o endosso,
E o meu aval ou meu sim.
Para que eu saia do fosso,
Em que caí, digo assim,
Se a minha carne e osso,
É jaula, mas não é meu fim.
🏵️🌼💮🌺
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 29/08/2020