NA OCA E NA TABA HÁ FÉ
NA OCA E NA TABA HÁ FÉ
Houvera um tempo,
No nosso passado,
Que a rede era o alento,
De um dia enfrentado,
E o agave era sustento,
Trançado perante o vento,
Pro sono ser encantado.
Mas revejo a oca,
Tão bem coletiva,
Ralando a mandioca,
Que era raiz nativa.
E a folha da maniçoba,
Eu achava no meio da roça,
Junto à banana furtiva.
E tudo era gostoso,
Numa vida tão simples,
Sob um céu fabuloso,
Vendo estrelas sublimes,
Ao largo do rio caudaloso,
Com um porco espinhoso,
Que me cobra melindres.
Mas a taba no unia,
Reunindo as ocas,
Que não eram malocas,
Pois a todos cabia,
Se o pajé nos convoca,
A enfrentar quem provoca,
Contra a nossa etnia.
E assim guerreamos,
Contra grupos estranhos,
Defendendo onde estamos,
Desde todos os anos,
E assim nós chamamos,
Por quem acreditamos,
A defender nossa guia.
Pois a tribo é da taba,
Como as ocas são caras,
Com a fé que não acaba,
De quem tudo encara,
Seja pela Guanabara,
Ou no oco da taquara,
Quando descer à baía.
E assim somos os índios,
Que ainda louvam ancestrais,
Com um cocar que é lindo,
Provindo de bons animais,
Das aves com coloridos,
Por isso somos escolhidos,
Pois nossos deuses são pais.
✨🍃✨
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 21/08/2020