A DOR QUE DEVORA
A DOR QUE DEVORA
A vida se perde lamentavelmente,
E a morte atinge até imortais,
E nessa esteira nem somos gente,
Se os dirigentes são tão imorais.
E assim vão saindo de cena agora,
Até as senhoras que eram de luz,
Se Chicas e Amélias já foram embora,
Somente uma estrela agora reluz.
Enquanto lá fora a dor enfastia,
Aqui toda morte eles só celebram,
Louvando a desgraça, sorrindo de dia,
Sem misericórdia às vidas que encerram.
Milhares de lares agora sucumbem,
É como a cidade que desaparece,
Pedindo socorro antes que afundem,
No chão movediço em que nada cresce.
Se a dor da partida nos tira a sorte,
Será que a coincidência ainda existe?
Pois vejo desleixo diante da morte,
Com toda mentira que ainda persiste.
Mas quando enganam louvando placebo,
Esquecem que ontem morreu um estranho,
Mas nosso jardim já sucumbe ao medo,
Se o vírus nos rouba a vida e o sonho.
Pois hoje a tragédia já se avizinha,
Se morrem parentes ou celebridades,
E cai o poeta ou até quem cozinha,
Na dor que devora as nossas cidades.
😟😳🙄
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 12/08/2020