SEM ASAS NAS PRAÇAS
SEM ASAS NAS PRAÇAS
As asas que eu tive,
Nem sempre entendi,
Se o vôo era livre,
Mas as plumas perdi.
Nem tive a doce esperança,
De ver livres os pombos,
Nas praças e nas danças,
De saudosos quilombos.
Mas os gansos ainda perfilam,
Para migrar nas estações,
E os ventos sempre castigam,
Com o giro dos furacões.
As matas não tem mais orvalho,
Sobrando o lodo imundo na mão,
E a voz da serra nos galhos,
Nos deixam os troncos no chão.
Lá haviam ovos galados.
Do omelete de então,
Se não fomos anunciados,
Quando o vôo é em vão.
E a esperança logo é finita,
No calor de um vulcão,
Nas asas sem mais guarita,
No chão de sal e sem grão.
🐣
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 16/06/2020
Alterado em 16/06/2020