SEM LUZ EU PADEÇO
Sem luz eu padeço
Pareço aquela caverna,
de fama medonha,
que havia nas bordas,
daquela triste encosta,
sem porta e sem luz.
Ela era lúgubre e escura,
e tão cheia de curvas,
em meandros que turvam,
e a tudo ocultam,
sem cor e sem luz.
E antes que me esqueça,
naquela louca aventura,
eu largava meus grãos,
que eram também feijões,
mas não crescem sem luz.
Só que eu esquecia,
que além dos pardais,
tinha uma ratazana voraz,
com mistérios assaz,
que a tudo devora sem luz.
E sem luz eu padeço,
por não ter endereço,
ou nem ter seu apreço,
sem ser peixe do abismo,
que enxerga sem luz.
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Publicada no Facebook em 25/03/2020
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 03/06/2020