SAMBA NA INFÂNCIA POBRE
SAMBA NA INFÂNCIA POBRE
Saudades da infância,
Pedindo a benção,
Com a importância,
Por ser irmão.
Não éramos ricos,
Nem havia cavalos,
Ou carros bonitos,
Só chinelos na mão.
Até mesmo o samba,
Que tocavam na sala,
Era a caixa de fósforo,
Que regia a senzala.
Pois o caboclo aguenta,
Comer pouco e ter fardo,
Se o carinho alimenta,
Tendo amor ao seu lado.
Quando a mãe amamenta,
Com os filhos calados,
Ela vem com a polenta,
Carne seca e o cortado.
Mas a fome aumenta,
Se o café é passado,
No pilão que requenta,
Meu cantar amofinado.
Sintonias na vida,
Eu só vi no passado,
Se hoje vivo doente,
Sendo um doutrinado.
Nada mais posso ser,
Vivendo sem ter cobre,
E sem direito ao saber,
Ou pensar, pois sou pobre.
🙏
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 24/05/2020