MEU SANGUE NA QUEDA
MEU SANGUE NA QUEDA
Eu era um cometa,
E fui tão errante,
Mas numa sarjeta,
Escorri o meu sangue.
E na minha queda,
Apagou a espoleta,
E a minha granada,
Esqueci lá no mangue.
E enquanto eu caia,
Me acertaram a orelha,
E na minha careta,
O palhaço tem nome.
Pois pinto meu rosto,
E escondo a fome,
Que o mangue me dá,
Quando sou lobisomem.
E na noite em que surjo,
Quando eu sou cometa,
Em minha queda do céu,
Sangro como homem.
E na fome que insiste,
A sede me consome,
Quando a dor que resiste,
Só me deixa insone.
Então perco meu sangue,
E o meu sobrenome,
Se no meu desapego,
Só Deus sabe meu nome.
*[°][°]*
Publicada no Facebook em 13/03/2020
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 23/05/2020