MARTÍRIOS DO MEU ENGANO
MARTÍRIOS DO MEU ENGANO
Há mil martírios em pleno dia,
Que me acometem até num sonho,
Se o vento sopra aqueles lírios,
Que sobrevivem nas crateras,
Sobre as lavas do meu engano.
Mas o vulcão daquela era,
Pulsava enxofre, jogava pedra,
Queimava tudo por muitos anos,
Virava o mundo, forjava o Nilo,
Rasgava o chão dos altiplanos.
E tudo isso eu vi ao vivo,
Onde as dimensões se abriram,
E aquele céu tinha um suspiro,
No meio de uma nuvem negra,
Por onde os pássaros respiram.
Era um tempo de prenúncio,
Do que viria logo após,
Pois um vulcão vira uma ilha,
Cuspindo fogo em toda trilha,
Por onde surgem os girassóis.
Mas logo hoje é que acordo,
De todos sonhos e gerações,
Perante a chuva e o maremoto,
Num raio além do que me turva,
Voando ao lado de dragões.
Então me vejo num teatro,
Em uma ópera de então,
Representando mil Horácios,
Ou até Shakespeare no paço,
Mesmo sem mais inspiração.
🔥🌋💥
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 19/05/2020