ESTOU NA LONA
ESTOU NA LONA
Estava num ringue,
Pelas circunstâncias,
Temendo as distâncias,
De um estilingue.
Foram mil caçadas,
Nas jornadas perdidas,
Nas vias e descidas,
Ou em lutas nas praças.
E o público desdenha,
De tudo que já fiz,
Pois ainda sou aprendiz,
E nem tenho a senha.
Onde a fila só anda,
Quando alguém me atende,
E se não me entende,
Morro até na varanda.
Pois o público aplaude,
Se o gemido já vem,
E sofro com o desdém,
Ante o meu ataúde.
Que nem sempre se ilude,
Com o réquiem e o amém,
Se no fim nada tem,
Pois se foi a saúde.
Mas no ringue eu me vejo,
No filme de um programa,
Vez que já estou na lona,
De um fim num lampejo.
Publicada no Facebook em 21/02/2020
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 11/05/2020