O DENTE E O SANGUE
O DENTE E O SANGUE
Minha boca está amarga,
Como se logo sangrasse,
E a agulha transpassasse,
Naquela noite do nada.
Pois nada é algo sem luz,
Que todos espelhos escondem,
Já que no olhar que reluz,
Eu não vejo reflexos do ontem.
E olho agora a marca maldita,
Daquela mordida na jugular,
Numa ferida que não quer sarar,
Escorrendo uma salmoura fedida.
Até quando houver maldições,
Naquele rincão transilvânico,
O sangue virá aos borbotões,
Num rito que é tão messiânico.
Mas o dente e o sangue estarão,
Como se não houvesse maxila,
E os seus caninos ainda serão,
Tão longos como toda fíbula.
Então aguardo o bom caçador,
Que dará fim aos vampiros,
Nos deixando sangue e suspiros,
Por liberdade além do condor.
❣️🧛🔥
Publicada no Facebook em 16/02/2020
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 10/05/2020
Alterado em 10/05/2020