TITÃ E SEUS LAMENTOS
TITÃ E SUAS LÁGRIMAS
Havia um Titã nos primórdios do tempo,
Desde o último impulso que veio,
De um fim que não sei nem o meio,
Pois foi ali que o Titã acordou.
Ele estava dormindo ao relento,
Não havia nem mesmo um unguento,
Que fizesse sanar seu tormento,
Lhe dizendo quando o dia raiou.
E suas lágrimas caíam na Terra,
Nas gotas de estrelas cadentes,
Como um rio com suas enchentes,
Em que todo o Céu se abalou.
E o piscar dos cílios de agora,
Não secam os rios a jorrar,
Pois a seca se foi com o mar,
Em um ciclo que vem de outrora.
E o Titã por aqui não demora,
Pois o tempo dos deuses se foi,
Onde o selo do olho de boi,
É passado que nem a penhora.
Pois escambo já era a bom tempo,
Qual jumento que servia de guia,
Quando hoje eu atravesso a baía,
Sem canoa ou saveiro ao vento...
...que me leve pra depois do que olho,
Pois meus olhos estão diante do mar,
Em que o espaço e o tempo é um óleo,
Que se esparje no meu navegar.
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Publicada no Facebook em 12/02/2020
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 07/05/2020