MEU PRIMÁRIO
MEU PRIMÁRIO
A casa era solta dos muros,
terreno grande lá na frente,
e as noites eram no escuro,
se nos faltasse o querosene.
Um algodoeiro estava adiante,
e atrás um pomar de cortesia,
para criar a bicharada,
tinha galinhas e a fantasia.
Lá eu brincava e me escondia,
criava estrada, fazia túneis,
olhando o céu e os vagalumes,
e tudo a Deus agradecia.
E fui pra escola naquele ano,
sem saber o que acontecia,
pois meu País foi mergulhando,
E a ditadura só prometia.
Mas fui crescendo e aprendendo,
e até o mundo foi se mostrando,
eu vi o mundo se arrependendo,
por ver de novo tudo acabando.
Se hoje temos só as faculdades,
que mesmo tarde, nós construímos,
e não devemos ter mais maldades,
que nos querem burros e até suínos.
E meu primário já faz um tempo,
que foi exemplo para meus dias,
embora hoje eu só lamento,
que o mundo despreze a harmonia.
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Publicada no Facebook em 11/02/2020
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 07/05/2020