MEU OLHAR SEM A COR
MEU OLHAR SEM A COR
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Os tempos de agora,
Sem ter melanina,
Parece uma menina,
Que a boneca largou.
Não tem mais coragem,
De olhar pro passeio,
Que cercava os jardins,
Que na praça viçou.
Eram flores abertas,
Até no mês de abril,
Quando a primavera,
Finalmente surgiu.
Mas diante da festa,
Funesta de um fuzil,
Transformou-se a sesta,
Num terrível ardil.
Parecendo uma nuvem,
Que a morte previu,
Como uma bomba atômica,
Sacudindo o Brasil.
E se foram os índios,
E todo povo varonil,
Deixando a esperança,
Matar quem nem ainda surgiu.
Então perco o andor,
Se até o santo fugiu,
E meu olhar sem a cor,
É morte qual Chernobyl.
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Publicada no Facebook em 04/02/2020
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 27/04/2020
Alterado em 27/04/2020