GÓLGOTA DE FÉ
GÓLGOTA DE FÉ
Quando eu olhei,
Para o calvário,
Sem um denário,
Eu fui romano.
E naquela féria,
Do meu sustento,
Foi meu lamento,
Ou minha miséria.
Pois foi tão séria,
Que me grassava,
Como uma cigarra,
Sem ser Quitéria.
Pois a Bahia,
Selou meus sonhos,
Perante os tronos,
De quem impera.
Mas não foi César,
Quem o saberia,
Se meu calvário,
Foi no meu dia.
Naquele gólgota de fé,
E meu crânio lá no fundo,
Vi minha pedra em Gizé,
Sem gerânios pro defunto.
E foi então que percebi,
O quão a morte é medonha,
Se a dor que mereci,
Me faz morrer pela peçonha.
Porque num gólgota de fé,
O que importa se eu creio?
Se nem tocou para o recreio,
E a minha morte é marcha ré.
•∆∆∆∆∆∆•
Publicada no Facebook em 02/02/2020
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 26/04/2020
Alterado em 26/04/2020