ENTRE AS CANDEIAS E O ABAJUR
ENTRE AS CANDEIAS E O ABAJUR
Estava lá, quase dormindo,
Pois era a noite que já chegava,
Findando o dia e sua jornada,
Olhando a Lua que estava vindo.
Naquele tempo, de sonhos idos,
O tempo andava em outro ritmo,
Nem mesmo havia um algoritmo,
Que acelerasse todos os ritos.
Entre as candeias eu soletrava,
Tudo que eu tinha no meu caderno,
Nas poesias de um tempo eterno,
Em odes ditas numa jornada.
Pois toda luz que possuíamos,
Com parafina ou querosene,
Perante a gata que ainda geme,
Eu acendia todos pavios.
Mas vem os tempos em que eu tenho,
Um abajur por novidade,
No caminhar pela cidade,
Em que nem leio, por não ter tempo.
E penso em todo esse conflito,
De gerações da humanidade,
Querendo ainda a felicidade,
Se na garganta jaz o meu grito.
Entre as candeias e o abajur,
Quero o andar da mocidade,
Vivendo com toda liberdade,
Que nem vejo no crepúsculo.
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Publicada no Facebook em 24/01/2020
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 26/04/2020
Alterado em 26/04/2020