A DOR DAS PALAVRAS NA DURA VERDADE
A DOR DAS PALAVRAS NA DURA VERDADE
Nem tudo que falo é mesmo absoluto,
Quando toda verdade pode ser relativa,
Visto que minha vida difere da sua,
Num caminho que trilho tão resoluto.
E naquele limite ou mero minuto,
Em que declamo um breve discurso,
Incomodo a todo ser obtuso,
Quando ele é medíocre até mesmo no luto.
Mas as feridas remoem em dor absoluta,
Se a verdade for dita sem travas na língua,
Numa boca ferina pra verdade que míngua,
Pois a mediocridade é uma ladra astuta.
Quando a inteligência renega a maldade,
Pois a felicidade não requer o poder,
A burrice se mostra na cruel vaidade,
Que tem a mesma idade de quem só quer viver.
E viver não exige fulgor ou coroa,
Pois a cabeça não é tocha ou até chaminé,
Quando um rei altaneiro é amor numa boa,
Sabedor de quem merece o seu cafuné.
Então é que a mentira vem logo ligeira,
Tirando proveito da fugaz liberdade,
E a dor das palavras se esconde faceira,
Se elas não são ditas na dura verdade.
Publicada no Facebook em 19/01/2020
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 23/04/2020