ENCONTROS DO EU
ENCONTROS DO EU
Eu vinha absorto,
Subindo a ladeira,
Eu tinha revolto,
O pensar que campeia,
Eu via nos postes,
Os fios de uma teia,
Eu sendo um velhote,
Que sangra e marea.
Só que o outro eu,
Já nem sabe meu nome,
Pois um tal lobisomem,
Sangrou-lhe no mar,
Sem nem perguntar,
Se eu quero ter nome,
Pois ele ainda é fome,
E minha vida é o jantar.
Mas quando me encontrar,
Vou dizer-me as palavras,
Sem pronúncia agendada,
Sem colóquios pro chá,
Se meu eu já não fala,
Nem declama às claras,
Sob um vácuo que cala,
Quando eu quero falar.
Só que nesse querer,
De encontros do eu,
Nem sei qual pertence,
Ao sono de Morfeu,
Se meu Hypnos trama,
Todo sonho que é meu,
Não me lembro se acordo,
Ou fui quem esqueceu.
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Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 20/04/2020