SOBREVIVER À PELEJA
SOBREVIVER À PELEJA
Enquanto me preparava,
Cresciam os meus cabelos,
Ferviam todos os medos,
Enquanto tu me olhavas,
Seguindo todos os passos,
Correndo em meu encalço,
Buscando um aconchego.
Querendo ver as batalhas,
Findarem em um lajedo,
Mesmo que seja bem cedo,
Sereno já molha as calhas,
E o gato já se espalha,
Miando ou vendo as gralhas,
Lutando sem ter sossêgo.
Senão não terá as gatas,
Mesmo que venha o medo,
Dos outros gatos da praia,
Que vestem ou rasgam saias,
Andando em Saramandaia,
Debatendo com as beatas,
Em miados de arremedo.
E logo agora me ponho,
Em um jogo, mesmo tristonho,
Diante de abismos medonhos,
Sangrando por um instante,
Que surge em um rompante,
Durante uma madrugada,
Ou na calada dos sonhos.
Mas a força de um fogaréu,
Nos dá um calor que sobeja,
Relutando em ter que brigar,
Ao querer sobreviver à peleja,
Que por hora vem nos zombar,
De tudo que se pode ganhar,
Se a morte vem de bandeja.
°•••••••°
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 20/04/2020