MEU GRAFITE JÁ PENSA
MEU GRAFITE JÁ PENSA
Neste papel que hoje é miragem,
Escrevo bobagens e o meu delirar,
Cada vez que sopra o vento do leste,
Numa canoa me ponho a sonhar.
Com todos delírios que me afligem,
É como a fuligem da floresta a queimar,
Pois num desatino de gado no pasto,
O mal é nefasto pras sombras que há.
E vamos rompendo a floresta nativa,
E a locomotiva já vem pra sangrar,
Rasgando o chão como seringa maldita,
Inoculando veneno até pelo ar.
E o meu grafite ainda está na madeira,
E ele já pensa nos livros que há,
Pois não há mais planos escritos,
Mas um rito de morte no mar.
Em que o meu grafite já pensa,
Se compensa escrever ou olhar,
Pois o tempo é veloz que nem penso,
Se na dispensa das letras posso viajar.
))*******((
Publicada no Facebook em 11/01/2020
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 18/04/2020