QUÃO CARO É A PAZ QUE ALMEJO?
QUÃO CARO É A PAZ QUE ALMEJO?
Tudo hoje tem preço na Terra,
Desde quando o homem tem fome,
De poder sobre os outros homens,
Na volúpia que nunca se encerra.
E não vejo até quando vai isso,
Pois estamos já cegos de tudo,
Mesmo até pra quem tem estudo,
Pois os tolos sucumbem ao feitiço.
Que já turva a mente do povo,
Por nem mesmo ter ideologia,
E sucumbem sem a necessária energia,
Pra lutar pela vida de novo.
Então vejo quão caro é a paz,
Combalida de vez pelo açoite,
Que sofremos de dia ou de noite,
Nessa paz que almejo demais.
Pois o preço quem paga é o pobre,
Que não tem fuga ou mera ilusão,
Pois a guerra lhe cobra e descobre,
Lhe tirando a casa, o amor e o pão.
Pra nutrir quem se acha eterno,
Por não enxergar que só é infinito,
Tudo aquilo que extrapola o ser,
Em que o ter só está no caderno.
Pois o terno o caixão há de ver,
De todo aquele que pisa na terra,
Onde ali é que a vida se encerra,
Para quem se acha ou se arvora de ser.
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Publicada no Facebook em 06/01/2020