ESPERA E SOLIDÃO
ESPERA E SOLIDÃO
Sempre que acordo tarde,
Penso até que seja cedo,
Por isso tudo aqui é arremedo,
De ontem que se foi.
E a minha espera já mostra,
Quando acordo e manifesta,
O intestino já em festa,
Pra mostrar a sua obra.
E a solidão é logo agora,
Em que fico ali sentado,
Ou seria até prostrado,
Já que vítima eu sou.
Sou calor e emoção,
Que se esvai ante o clarão,
De meu Sol na contramão,
De quem chegou lá das sombras.
Onde larguei após a noite,
Que me foi tão curiosa,
E nos estertores foi maldosa,
Pois me trouxe os pesadelos.
Lá no meio da solidão,
Em que a espera foi tamanha,
Em que vi o quão infame é o ditâme,
Que me tortura na escravidão.
Mas eu fico na espera,
Desde séculos sem solução,
Pois estivemos até enganados,
Nos achando todos irmãos.
Onde o que realmente vimos,
Foi tortura e lar sem pão,
Vendo esquartejados os sonhos,
De Malês mortos no chão.
Mas eu fico na espera,
Pois ainda sou solidão,
Onde ainda espero a glória,
De perdoar e ter perdão.
Publicado no Facebook em 28/12/2019
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 17/04/2020