COM UM OCELO AINDA ENXERGO
COM UM OCELO AINDA ENXERGO
Os Senhores do meu tempo,
Ainda são todos tiranos,
Como os filhos de Urano,
Urdindo tramas ao relento.
E eu apenas vejo agora,
Depois de ter minha metade,
Sangrando pela humanidade,
Por já não ver tão bem a hora.
E o que será que posso agora,
Se sou ciclope ante Hefesto,
Pois eu já nem me manifesto,
Nesse incesto sem Senhora.
Onde os tiranos dão as cartas,
Pois com um ocelo ainda enxergo,
Que as portas do inferno,
Já são recheios de baratas.
E até mesmo vejo as ratas,
Se proclamando meretrizes,
Posando em todas marquises,
A por o povo nas chibatas.
E até quando o meu olhar,
A reparar como um vidente,
Vai perecer de ver o mar,
Ceifar a vida num tridente?
Se sou ciclope de Netuno,
E mesmo o mar sendo profano,
Eu forjo contra um mau Urano,
Buscando a paz pra todo mundo.
👁️🌋🏚️🐭🛡️🔱👁️
Publicado no Facebook em 16/12/2019
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 14/04/2020
Alterado em 15/04/2020