ASAS DOS MEUS DELÍRIOS
ASAS DOS MEUS DELÍRIOS
As âncoras do meu barco,
Pequeno, frágil e sutil,
Foram içadas num arco,
Como lanças de Oxóssi num mês de abril.
E foi após navegar solto ao vento,
Vindo num rebuliço febril,
Que abro minhas asas ao relento,
Sem minhas plumas ou penas no unguento,
Que não me deixam afundar num navio.
Pois eu alço meu voo,
Nas asas dos meus delírios,
Que já não refletem meu brilho,
Mas são só meu martírio,
Num longo e profundo enjoo.
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Publicada no Facebook em 26/11/2019