O MEU VIVER RADIOATIVO
O MEU VIVER RADIOATIVO
Não vi motivo para ir a Nazaré,
Mas para lá eu fui à pé,
Mesmo depois que a maré,
Levou-me em vagas na tormenta.
Mas sempre ancoro minha nave lá na Sé,
Desde que o centro é só filé,
Que como um dia após o outro,
Se não misturo com a polenta.
E o meu viver radioativo,
Com o calcinar de uma ogiva,
Fez perceber a vida bandida,
Num edifício entre as brumas.
Pois já não vejo o que queria,
Mesmo com tudo que fiz certo,
Onde sonhava estar liberto,
Por só achar que merecia.
Mas meu olhar radioativo,
Não vê razão ou toda lógica,
Que fez meu ser cognitivo,
Se confrontar com a discórdia.
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Publicada no Facebook em 23/11/2019