MINHAS DORES EU CURO NO ORVALHO
MINHAS DORES EU CURO NO ORVALHO
Onde a noite se foi bem marcante,
Eu sentindo seu frio em minhas folhas,
Me deixando com todas as bolhas,
A lavar um todo bem delirante.
Pois meus sonhos têm carmas e dores,
Porque sei serem antigos encantos,
Que eu trago da alma e amores,
Já vividos em fartos espantos.
Que me açoitam um passado teimoso,
A deixar mil escaras num santo,
Pois se a água deixar de escorrer,
Minhas dores eu curo no orvalho.
Mesmo logo diante do Sol,
Que rompendo já vem se mostrando,
Molha até um velho lençol,
Que se encharca também com seu banho.
Já que hoje a manhã lava a flor,
E logo vem num afã tão medonho,
Vou deglutir todo o mal com a dor,
Que o terror quer ferir num assanho.
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Publicada no Facebook em 19/11/2019