MEU TEMPLO AINDA AGUENTA
MEU TEMPLO AINDA AGUENTA
Foram séculos sendo escravos sob o Sol,
Quando Setimus foi por meses lapidado,
Pois em lajes ou fornalhas foi queimado,
Por querer ser simples casco ou girassol.
Eram tempos de enfrentar toda tormenta,
Sem poder se proteger do vendaval,
Em que os raios e trovões não apascentam,
Mas são luz a reluzir do meu farol.
E os caminhos sob os clarões do céu raiado,
Foram trilhados num afoito galopar,
Sobre um cavalo baio a ser chicoteado,
Me levando muito além da beira mar.
Pois os raios são chibatas violentas,
Que formulam e nutrem até um milharal,
Que colherei até nos meus anos oitenta,
Se no meu fardo ainda houver um embornal.
E é assim que o meu templo ainda aguenta,
Ver ruir frágeis colunas ao meu redor,
Se em meu altar a pira arde e representa,
Tudo que queima em honra e glória contra o Mal.
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Publicada no Facebook em 11/10/2019