MEU BRASIL: ESCRAVO DOS SENHORES
MEU BRASIL: ESCRAVO DOS SENHORES
No Egito faraônico,
Vi um gato pra saber,
Que na China dos impérios,
Tem mistérios pra valer.
Se eu penso como Antônio,
Vou Cleópatra aquecer,
Nos meus braços e meus sonhos,
Pro Egito renascer.
Mas se um Julio ali surgir,
Logo antes de Cesar Augusto,
Vou ao Nilo para imergir,
E me ver fértil pro trigo.
E quem foi servo no delta,
Só pensou no que se via,
Pois ele nunca soube ao certo,
Que na China já floria.
E bem longe, do outro lado,
Há um mago que no diz,
Que os tigres têm matiz,
E se mostram majestosos...
...Pra mostrar aos poderosos,
Que o mundo já existe,
Desde antes das fogueiras,
Que se apagam sob o frio,
Com o sopro que é uma navalha,
Bem no alto do Himalaia,
Para glória do Tibete.
E agora sou um Noé,
Pois o povo não navega,
Mas o mar ele atravessa,
Se sou Moisés com um cajado.
E comigo eu trago o fardo,
De querer moldar o mundo,
Que fenícios conheciam desde muito, muito antes,
Pois a África deu semblante,
Para o homem florescer.
E depois de muito andar,
Uns se foram ou ficaram,
Nos caminhos que acharam,
Se tornando muito claro,
Que Deus está em todo lugar.
Mas todos querem ser donos,
Dos direitos do Artista,
E inventaram a malícia,
Religando o que lhes convém.
E os reis tiranos e monges fiéis,
Sacrificam a realidade,
Pois não presta ao seu domínio,
Pois existe um escrutínio,
Que só serve ao coronéis.
E foi assim que a realeza,
Foi dividindo a humanidade,
Se valendo da humildade,
De quem servia às estrelas.
Pois a luz que nos permite,
Ver quão belo é o Universo,
Nos propõe um livro aberto,
E não os dogmas das igrejas.
Cada uma com um braseiro,
Pra assar suas sardinhas,
Que nem mesmo um brasileiro,
Tão mesclado e multiétnico,
Tem ardil no intelecto,
E continua a ser escravo.
E eu no meio do salseiro,
Vendo o povo brasileiro,
Com a benção dos Senhores,
Se render ao estrangeiro,
Para ver navio negreiro,
E ser escravo sem um lar.
Publicada no Facebook em 05/10/2019
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 11/04/2020