MEU ÚLTIMO GRITO IREI ECOAR
MEU ÚLTIMO GRITO IREI ECOAR
Ecos de uivos lancinantes,
Nós presenciamos sozinhos,
Por todos fremidos sentidos,
Que o medo me traz em latidos,
Que ouço e não durmo o bastante.
Foi assim que me vi na insônia,
Pelos dias e noites sem ar,
Pois os ecos me selam os ouvidos,
Sem os alaridos que chegam em gemidos,
Pois os gritos deixei lá no bar.
Mas agora, o anteparo da vida,
A qual se foi bem veloz pela estrada,
Sai do bar e some na invernada,
Sem deixar ver a minha guarita,
Como um grito a ecoar sem escarpa.
Leva tempo pras cordas gemer,
Num tremor preso lá na garganta,
Mas não urro por não ser leão,
Ou até mesmo uma fera a tremer,
Frente ao algoz caçador com a lança.
E meu último grito eu procuro,
Num pedestal em que possa ecoar,
Pois em um certo dia vai acontecer,
O que tanto tentamos adiar,
Em que logo terei meu desfalecer,
Mas meu último grito irei ecoar.
Publicada no Facebook em 26/09/2019
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 11/04/2020