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Prosas de Braga
Vivências e sonhos de um poeta e eterno aprendiz!
Textos
CADA HOJE É UM AMANHÃ DO QUE JÁ VIVEMOS

CADA HOJE É UM AMANHÃ DO QUE JÁ VIVEMOS

Acordamos nesses nossos surpreendentes dias, sem hora marcada por não termos mais horas, pois os dias e noites são o continuo dos giros rotacionais desse bólido fantástico, chamado de Terra, que se mostra à luz na medida em que circunda a nossa estrela divina, que é nosso Sol.

Mas eu acordo num lado do globo ou calombo do solo, e vou revirando meu corpo na cama que o mundo me dá, mesmo que eu ande à pé, perscrutando as pirâmides, num corpo de leão, mas sendo só uma Gizé.

Mas a fé que me nutre toda nua utopia, só me serve de guia se for lúcida no olhar, sem remelas na íris ou nos cantos das pálpebras, para que eu entenda e mergulhe no profundo do mar, que não é plano ainda, pois temos abismos ao lado de todos suspiros que vêm dos vulcões que ainda crescem, mesmo sob as águas que evaporam no magma, criando serras e ilhas, nos dando fogo e pavor, mas sendo a terra a criar num recriar tão eterno, mesmo que seja enquanto dure os cravos e o meu martelo, pois vamos crucificando os inconformados, que chegam em cometas, nos ciclos de muitos anos, os quais são nossa esperança de que tudo se adeque, como o calor pede um leque para soprar novas brisas, nos adequando ao tempo que não é o mesmo também.

Se ontem haviam florestas ou os desertos nos vales, o que eu sei que nos cabe é entender nosso tempo, que gira muito mais rápido do que o eterno de Deus, senão nem um Prometeu regeneraria o fígado, pra alimentar aquela águia no seu suplício sem fim.

E hoje eu sei que cada dia em que vivo, só tem um real motivo se for o amanhecer de uma noite, como um futuro que ontem nem eu sabia existir, já que acordo de novo, em todo novo dia de vida, para saber que o passado do ontem tem hoje como seu futuro, mesmo que eu durma no escuro e queira andar sob a luz, que me ofusca, às vezes, não me deixando entender ou mesmo ver o que negam, os tolos que precisam aprender.

Mas Deus é quem sabe os dias que eu vivi, por todos milênios ou milhões, na carne ou em encarnações que eu nem posso afirmar, pois cego eu sou pra amar tudo que ganhei de graça, em que a traça do tempo só rói nove de dez neurônios que tenho, mas que sempre me empenho pra mudar essa conta penosa, que me rouba a prosa e a paródia que nem aprendi a falar.

Mas ainda não quero calar, pois sou como a planta nas noites, que sonham com os açoites da lua que faz tudo vicejar, para que possamos um dia entender o passado e o futuro, que se mexem maduros, ou devez mesmo ainda, no agora do hoje que se faz em meu lar, que preciso zelar como Deus me exige, pois nem pago aluguel.


Publicado no Facebook em 11/09/2019
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 10/04/2020
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