SENTADO AO VENTO EU ENFRENTO O TEMPO QUE ME DILACERA
SENTADO AO VENTO EU ENFRENTO O TEMPO QUE ME DILACERA
Perante um tempo que não mais compreendo,
Com as cognições que eu trouxe do antes,
Amarro os pensamentos em fluídos pacotes,
E enfrento os tormentos que o tempo me traz.
Se fui contumaz, eu não sei se me julgo,
Pois se agi na insana atitude,
Talvez minhas virtudes não sejam aceitas,
Com todas as letras que escrevo no escuro,
Mas se mostram no raiar de um cometa por cima dos muros.
E eu sento ao vento que arrepia meus pelos,
Mexendo os cabelos revoltos sem trança,
Pois vem a lembrança do tempo que escorre,
E no vento, se morre, é por dor e lamentos,
Que clamo ao vento em meus estertores.
E descemos os vales enfrentando as correntes,
De ventos em tangentes ou longitudinalmente,
Mas passamos os ciclos de vícios e estigmas,
De todas as feridas que nos retornam pro alto,
Em que selamos o palco num cruzeiro infinito.
E diante das estrelas e rodopio dos ventos,
Eu enfrento as tormentas que me molham, dilaceram e ferem,
Mas inferem no andar em que marco meus passos,
E perante o espaço eu registro meus sonhos.
Esperando o azeite pro meu último suspiro,
Eu sugiro ao mundo muito mais que um artigo,
Que num curto papiro, eu escrevo e desmancho,
Desejando aos amigos o meu sangue que escorre,
Pra selar os acordos, por que morro em breve!
Publicada no Facebook em 25/07/2019
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 09/04/2020