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Prosas de Braga
Vivências e sonhos de um poeta e eterno aprendiz!
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SENDO CASTRO E ALVES - O BRONZE CELTA NOS TROUXE O CONDOR DA LIBERDADE

SENDO CASTRO E ALVES - O BRONZE CELTA NOS TROUXE O CONDOR DA LIBERDADE

Quando os celtas dominaram o cobre e o juntaram ao estanho, muito andamos para além de umas colinas, já bem antes de podermos ver a Grande Roma ser mais do que etrusca ou sabina, pois seria tão ibérica.

Bem ao norte da península, mesmo antes de Bracaræ ser Augustæ, lá haviam muitos "Castros", que guardavam os galécios celtas de então.

Assentados nas colinas, em busca de um pouco mais de segurança, inúmeras tribos celtas conviviam com o frio e as intempéries de então, já que ainda desenvolviam suas artes e estratégias numa busca do contínuo sobreviver.

Parece até engraçado, mas ser um Castro, de um herdado heroísmo para com a independência da Bahia, em que um Alves foi Doutor, não impediu que um sonho, de voar pelas alturas, condoreiras de bravuras, pudesse expressar em letras o quão bom é a liberdade, almejada e desfrutada, ao contrário do que as guerras e ganâncias do ser humano impuseram aos seus próprios semelhantes.

E foi olhando as incongruências do comportamento humano, que tripudiam do que se fala e publiciza, pois que na prática só age por escusos interesses, que o nosso "Sublime Condor" se agigantou sobre os Andes políticos de outrora - muito embora estejamos a reviver no limiar da Era de Aquário, momentos sombrios que evisceram o caráter, a moral, a ética e a liberdade que ainda almejamos ardentemente, em nossas veias, córregos e grotões de ideais.

Afinal, o nosso ícone se deparava com o escárnio de "ilustres" monarquistas e senhores de casas grandes, que não se predispunham a abrir mão da opulência desmedida, que não entende a ferida social que só putrefa, sufocando os ares que engoliriam brevemente os que só enxergavam o que é visto, sob a lente tão manchada, de todos os míopes políticos de então.

E ao contrário dos seus homônimos "Castros"- que se limitavam os espaços de convívio nas colinas de outrora, numa analogia aos parcos espaços neurais que eram utilizados pela elite dos momentos nacionais pré republicanos, quando não se colocam às margens dos vales férteis e das fontes de água necessárias para a vida se perpetuar - o nosso altaneiro poeta alçou seu voo condoreiro, como um Victor Hugo tão francês.

E foi rompendo os grilhões da poesia brasileira, mostrando ao mundo que aqui também padeciam os miseráveis, os corcundas e degredados, condenados por terem na melanina a razão de todo desprezo social, que ele se insurgiu ao proclamar que ainda haviam os navios tão bem negreiros, camuflados por uma lei que não pegou, nos dizendo que nada disso mais existia, continuando a tortura de nossos semelhantes, que levou ao extermínio de tantas etnias e clãs do berço Mater de tudo que há, numa tragédia que não tem equivalência, pois bem mais que um só povo, lá em África sangrou um continente.

E sua mensagem foi tão profunda e eloquente, que lhe bastou bem poucos anos para demonstrar a envergadura de suas asas literárias, responsáveis e visionárias do amor à vida e à liberdade que devemos cultuar.


Publicado no Facebook em 20/07/2019
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 08/04/2020
Alterado em 27/09/2020
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