MÃE: O COLCHÃO DE VIDA QUE EMBALA NOSSOS SONHOS
MÃE: O COLCHÃO DE VIDA QUE EMBALA NOSSOS SONHOS
Se hoje posso levantar e andar,
É porquê tive como lastro,
O que nunca foi nefasto,
Mas sempre esteve a me acarinhar.
Num berço ou colo,
Carregado a tiracolo,
Foram dias de afago,
Que hoje trago no meu âmago, no meu lar.
Foram dias sem memória,
Pois fui salvo pela glória,
Que fez fruto tão de vez,
Respirar e ficar louco de alegria a gritar.
Ponto de exclamação da vida,
Pois, na época, qualquer ferida,
Não cuidada em seguida,
Poderia não permitir o meu trilhar.
Foram tempos de discórdia,
Mundo vendo o chão tremer,
Pois sobravam baionetas e tortura,
Entre porões e a ditadura,
Tendo os filhos a crescer.
Mas coragem não faltou,
Sendo como os olhos que marejou,
Fez o leite que alimenta,
Mesmo estando na tormenta, que marcou o meu nascer.
Pois quem nasce no mês das mães,
Neste hemisfério tão hostil,
Sabe que depois de um mês de abril,
Vem o inverno a assombrar.
Deixando todos a preocupar,
Pois chove o dia sem fraquejar,
Onde o calor dos potentes verões,
São meras lembranças que secam as fraudas até no lugar.
Mas doce é a procela,
Quando enfrentamos a guerra,
Sem temor pelo que trará a tormenta,
Já que depois só aumenta, a bonança para o lar.
E todos vamos seguindo,
Com o guarda-chuva ou sombrinha,
Comendo toda a papinha,
Que só as mães nos preparam,
Para com afeto dengar.
E hoje, nesse retrato da vida,
Que observo pela janela, num olhar de mistério,
É que vejo como é sério,
O amor que se brota, nas grotas do coração.
São datas simbólicas como essa,
Com uma dúzia de razões,
Que num Brasil de tantas reinvenções,
Agradecemos a Vargas pelo segundo domingo.
E que domingo, belo como um flamingo,
Vem sobre todos nós revoar!
Trazendo a sua penugem tão linda,
Nos deixando à berlinda,
de nascer sem formosura e nem poder feliz voar.
Mas como tudo é necessário,
Vem a humanidade, frágil de sono num berçário,
Se adequando ao colchão e o calendário,
Para, de um imaginário, sobre a Terra vir reinar.
E esse reino de Mães será o paraíso,
Se vivermos o dia a dia da forma que é preciso,
Plantando com harmonia, tudo aquilo que um dia colheremos em paz,
Porquê há mistérios na materna candura.
Publicada no Facebook em 12/05/2019
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 07/04/2020
Alterado em 07/04/2020