NUNCA TEREMOS CERTEZAS, ENQUANTO MITIFICARMOS MENTIRAS
NUNCA TEREMOS CERTEZAS, ENQUANTO MITIFICARMOS MENTIRAS
Quando relativizamos os conceitos sociais entranhados numa sociedade, baseados em modismos perenes e flutuantes, nos arriscamos a querer impor à sociedade as nossas verdades, que nunca serão absolutas, pelo simples fato de que nem nós somos absolutos e eternos nessa passagem terrena, a qual tem começo, meio e fim.
Os Estados nacionais que avançaram socialmente, nunca o foram através de códigos legais recheados de páginas e enunciado, artigos, incisos e alíneas. Esse excesso legalista, tipicamente brasileiro e ibérico/latino, é a prova inconteste de que "há algo de errado no reino da Dinamarca!", pois demonstra a clara dificuldade de praticarmos o respeito e a tolerância, além do amor pela vida em contraponto ao amor pelo patrimonialismo que está sujeito às ruínas do tempo.
Inventamos uma Lei que exalta a todos de que não é dado o direito de desconhecer quaisquer leis, desde que publicadas em diários oficiais. Contudo, vivemos num emaranhado de núcleos e indivíduos sociais, que normalmente não acessam a tudo, como seria o desejo asqueroso do legislador, que edita suas vontades, nem sempre coadunantes com o sentimento e as necessidades dos demais cidadãos.
Há leis para tudo, inclusive para não cumpri-las, já que há brechas e recursos instanciais para quase tudo, a não ser para a morte súbita ou resultante de metástase cancerígena.
Uma mentira, desde quando mitificada, é uma das maiores eclosões atômicas no caráter e sanidade mental de uma pessoa ofendida. E isso é algo que deve ser combatido de modo intransigente, pois devemos pautar nossas ações no jargão da reciprocidade, que nunca saberemos quando vai ser, podendo nos pegar de surpresa, sem mesmo ter tempo de sentar à mesa e degustar um bom e quente café, pois a água estará fervendo, mas levaram o coador, que filtra tanto o café, bem como as nossas certezas relativistas, que nos exigem interagir e harmonizar com as certezas de todos os demais, pondo em xeque todo o nosso pensar.
Publicada no Facebook em 04/03/2019