A CORUJA REINA SOB O LUAR E A SOLIDÃO
A CORUJA REINA SOB O LUAR E A SOLIDÃO
O luar tem seu modo de ser,
Refletindo um saber ensolarado,
Que se inicia em todo anoitecer,
Dando à coruja o seu principado.
E nas noites solitárias, soturnas ou claras,
A Coruja está sobre um galho sempre a ver,
Tudo que para uns são apenas águas turvas ou falhas,
Mas que lhe é oportuna verdade e o saber.
São tantos vôos e olhares bandidos,
Que sabido é quem zomba sem nem mesmo ver,
Que sob a solidão do luar nada é perdido,
Mas é achado de quem reina pra ter.
Vivo até quando a Coruja permita,
Com a sabedoria que sua sombra reflete,
Pois ela é mesmo a dona e reina na noite,
Como um músico, num sopro, afina o trompete.
Pois querer ser Rei sem ter junto a solidão,
É mais difícil do que caçar à noite sem o luar,
Já que a coroa lhe pesa a cabeça como fardo,
Que pende e balança para o povo bailar.
Pois nos bailes, que o luar e a solidão me permitem,
Têm os segredos maiores que o mar,
Pois nos faz perceber todos os ratos e roedores,
Que ainda nas noites iremos caçar.
Como numa dança eterna nos bailes da vida,
Mostrando o quanto é importante a luz do luar,
Que faz luzir até os diamantes e os rastros,
Pra ver que vivo aos prantos, no meu breve festejar!
Publicada no Facebook em 21/01/2019
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 06/04/2020